ROL DOS CULPADOS
Preso nesta cadeia nua
atrás de uma janela de grades de ferro
e desta porta fechada
cumpro uma pena que não sei
de tão longa, de tão incerta.
Que réu sou eu?
Serei o que matou o rei
ou o que violou uma donzela?
Fui eu que furtei o ouro
do tesouro de um deus sem rosto?
Sou um soberano deposto
ou um bandido sem grei?
Não me dizem e não sei.
Ouço de tão longe
a voz de uma mulher
que chama alguém.
Quem ela odeia ou ama?
Serei eu?
Mas quem sou eu?
Sou o que matei,
ou o que roubei?
Ou ela chama ninguém?
Escrevi uma lauda e apaguei.
Resumo com um belíssimo e seu nome por inteiro, Antonio Carlos Augusto Gama.
Você é demais, Gama!