Diálogos (quase) impossíveis

 

 

 

Manuela ainda não completou três anos, mas já faz alguns meses que está na fase das princesas.

Passa os dias na fantasia de uma delas, Branca de Neve (cujo lindo e colorido vestido é o meu preferido), Cinderela, Bela Adormecida, a Bela da Fera (que ela adora). Agora anda encantada com Rapunzel, por causa do filme “Enrolados” a que assiste continuamente. Aliás, a Rapunzel pequenina do desenho, ao nascer, se parece muito com ela (pelo menos aos babões da família, parece).

 

Manu e Rapunzel 3

 

Isso significa que Babu se tornou o camareiro da princesa do dia, embora ela sempre insista em me dar outros papéis mais nobres.

Vestida de Branca de Neve, me indagou que personagem eu seria.

Mestre, lhe propus.

Não, Babu! Você não é anãozinho, não tem barba branca…

Disse-lhe que colocava uma barba de mentirinha e ficava de joelhos (pois é assim que sempre me ponho diante dela), mas ela não concordou.

Ela entra nas personagens, come um pedaço da maçã envenenada, ou espeta o dedo na roca, boceja e adormece teatralmente. Edipozinho básico já rolando, se o pai está por perto, é ele o Príncipe que tem de beijá-la para ela despertar. Quando ele não está, Babu quebra o galho.

Ao me dizer, na distribuição dos papéis, que o pai, como sempre, seria o Príncipe, respondi-lhe:

― Não senhora! Papai é o pai da princesa. O seu príncipe ainda vai chegar. De cavalo branco…

Devolveu-me na lata:

― Cavalo branco não, Babu! De carro… Vermelho…

Princesa sim, mas do século XXI!

Quem sabe uma Ferrari Testarrosa?

 

Manu Rapunzel 2 Rapunzel na torre, à espera do Príncipe

 

 

 

5 comentários

  1. sonia kahawach
    04/02/13 at 13:54

    Ou um Camaro amarelo? rsrs
    Estamos ficando ultrapassados nessas velhas histórias, querido. Acho que já é tempo de serem criados novos personagens que venham a empolgar mais, mas sem perder a ternura que havia nessas de outrora. 
    E Manu, é caso muito especial. Veja sua estirpe. Grande beijo a todos.

  2. André
    04/02/13 at 14:05

    Gama, olha como o tempo passa rápido, a Manu já vai fazer 3 anos…
    Os personagens que são nossos ídolos na infância faz a gente recordá-la e até voltar no tempo, e penso que todo mundo é um pouco criança por dentro. Existe até um texto do grande Oscar Wilde sobre isso.
    Que esse anjo chamado Manu continue iluminando sua vida cada vez mais.
    Abraçaço.

  3. 04/02/13 at 21:43

    A crônica está linda, apaixonada como só Babu sabe fazer, a vivacidade de Manu é surpreendente, mas aquelas fotos de perfil, sobretudo a da direita, me capturaram por meia hora… Linda, linda, linda! Copiei, guardei. 
    Beijocas para os dois!

  4. Claudia Pereira
    05/02/13 at 12:18

    O Babu babão é tudo de bom! Viaja na atemporalidade, à passadas largas _a la gato de botas_ , ao encontro de seu elo “encontrado” com sua meninice, reinventada, revivida e curtida, por tanto amor à sua heroína Manuela. Sou fã. Adorei a crônica.bjs

  5. Brenno
    05/02/13 at 15:48

    Não sei bem se isso é uma crônica ou um conto… de fadas.
    Como convém aos ogros, aos sogros, aos barões e aos babões.

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