Selma Barcellos
Verissimo – para quem a palavra mais bonita da língua portuguesa é “sobrancelha” – escreveu que certas palavras, ao serem pronunciadas, nos dão a impressão de que voam. “Sílfide”, por exemplo. É dizer e ver evoluções de borboleta no ar. Uma amiga, porém, discorda do mestre. Acha que “sílfide” está mais para peça de encanamento: “O sanitário está entupido. Vai ter que trocar a sílfide.”
É dela também a convicção de que “córtex” é instrumento cirúrgico, “marimbondo” é instrumento de percussão e “proxeneta” é aquela pecinha do carro que quebra à toa. Hilária, a minha Su.
Realmente, há tantas palavras que nada têm a ver com o que significam… “Escorreito”, “crepúsculo”, “escrutínio”, “púbere”, “esculápio”, “cútis”, “ósculo”, apesar de bem intencionadas, são um soco no queixo. Disparado, as mais feias da nossa língua. Já na categoria tudo a ver, pontificam “furúnculo” e “seborreia”.
E as mais belas, expressivas, sonoras, evocativas, na opinião desta blogueira?
Superfície
Alecrim
Cicatriz
Dália
Inquietude
Andarilho
Diáspora
Alumbramento
Alguma sugestão? Vão daí.
Endosso as palavras da cronista, e acrescento algumas que me agradam:
palavra (a própria)
saudade
estrela
luar
alvorecer
lápis-lazúli
almôndega (não dá vontade de morder?)
fugidio
triscar
Babu
Tem mais, mas agora é com vocês…
Babu na cabeça. Sem concorrentes.
‘Palavra’ é lindíssima.
Beijocas!
Meus amigos Tom Gama e Selma, vou citar algumas palavras que me fazem feliz:
cerveja
amizade
poesia
música
amor
felicidade
saudade
saúde
sonho
praia
areia
sol
lua
brisa
anoitecer
alvorecer
descanso
Maravilha, André. ‘Brisa’ e ‘alvorecer’ são belas. E ‘ventania’? Adoro.
Beijocas!
Caro Gama, gostei da proposta e segue a minha lista
Liberdade
Amor
Constantinopla
Arco-Íris
Pôr-do-Sol
Desejo
Criação
Mar
Chuva
Características
Acreditar
E muitas outras
Cláudia, agora que aprendeu o caminho, venha sempre nos visitar.
Olá, Claúdia! Obrigada pelos ótimos acréscimos.
Como disse o Gama, volte sempre.
Beijocas!
As palavras inúteis
iam sendo escritas
na muralha de pedra:
um muro alto, espesso, extenso…
como a Muralha da China,
como o de Berlim.
As palavras de pedra
se incrustavam
entre outras pedras e concreto.
As palavras de plástico
se sobrepunham às palavras de vidro,
às palavras de nuvem,
às palavras de vento,
às palavras de estrela…
Milhões de palavras
se aglomeravam
no intransponível muro.
Palavras de fogo,
palavras de gelo,
palavras de terra…
milhões de palavras
pintavam o muro.
O muro impassível,
o muro passivo,
o muro infiltrado
por tantas palavras
ganhou rachaduras,
abalos sensíveis
em sua estrutura.
O muro rachado,
o muro alquebrado…
Palavras pesadas,
palavras demais…
O muro ruiu.
Para com isso, Brenno.
Você posta esses poemaços como comentário em vez de me encaminhar para que eu publique na página principal.
Vou fazer isso, mesmo assim.
Antonio, publique-se esta provocação imediatamente.
Brenno Augusto, como assim?
Beijocas!
Fui tão inconveniente assim que precisei ser “domado”?
Meu bom amigo Tom, você nunca dá bandeira, mas comentou no post errado, lá em cima,na música do Chico.
O comentário está lá.
Vou trazer ele para cá.
Abraçaço.
Comentário do ABC, que ele deixou no post acima:
“Palavrinha que mais gosto na língua portuguesa é proibidíssima, mas traduz tudo o que significa.
Mas Selminha pediu as não proibidas, aí vão: enciclopédia, cadastro, emolumentos, exacerbado, traquinas, moleque, salafrário, barbárie, e por aí vão.”
Antonio Bandeira, sabe que leio ‘traquinas’ de forma irrequieta? Sugestiva que só…
Beijocas, querido!
Mil desculpas, amigo Tom Gama. Não se repetirá, garanto.
Tom Bandeira, você é de casa, pode até fazer xixi com a porta aberta…
E sem pedir desculpas.
Tom Gama, hahahaha, “fazer xixi com a porta aberta” é demais… mas eu jamais faria tal proeza na casa do amigo, ainda que com incontinência, hahahaha.
Obrigado mais uma vez, e desculpas novamente.
Brincadeira boa!
Amo: realce (cheia de vogais como o Brasil e com difícil tradução!)
beijos a todos!
E quanto mais purpurina melhor.
Bell, gosto tanto de ‘menina’… Sonora, delicada. Me nina.
Beijocas!