Ao pé da letra

 

 

 Selma Barcellos

 

 

 

 

 

 

Verissimo – para quem a palavra mais bonita da língua portuguesa é “sobrancelha” – escreveu que certas palavras, ao serem pronunciadas, nos dão a impressão de que voam. “Sílfide”, por exemplo. É dizer e ver evoluções de borboleta no ar. Uma amiga, porém, discorda do mestre. Acha que “sílfide” está mais para peça de encanamento: “O sanitário está entupido. Vai ter que trocar a sílfide.”

É dela também a convicção de que “córtex” é instrumento cirúrgico, “marimbondo” é instrumento de percussão e “proxeneta” é aquela pecinha do carro que quebra à toa. Hilária, a minha Su.

Realmente, há tantas palavras que nada têm a ver com o que significam… “Escorreito”, “crepúsculo”, “escrutínio”, “púbere”, “esculápio”, “cútis”, “ósculo”, apesar de bem intencionadas, são um soco no queixo. Disparado, as mais feias da nossa língua. Já na categoria tudo a ver, pontificam “furúnculo” e “seborreia”.

E as mais belas, expressivas, sonoras, evocativas, na opinião desta blogueira?

 

Superfície

Alecrim

Cicatriz

Dália

Inquietude

Andarilho

Diáspora

Alumbramento


 Alguma sugestão? Vão daí.

 

 

19 comentários

  1. Antonio Carlos A. Gama
    28/11/12 at 10:31

    Endosso as palavras da cronista, e acrescento algumas que me agradam:

     

    palavra (a própria)
     
    saudade 
     
    estrela
     
    luar
     
    alvorecer
     
    lápis-lazúli
     
    almôndega (não dá vontade de morder?)
     
    fugidio
     
    triscar
     
    Babu

     
    Tem mais, mas agora é com vocês…

     

    • 28/11/12 at 23:47

      Babu na cabeça. Sem concorrentes.

      ‘Palavra’ é lindíssima.

      Beijocas! 

  2. André
    28/11/12 at 11:49

    Meus amigos Tom Gama e Selma, vou citar algumas palavras que me fazem feliz:
     
    cerveja
    amizade
    poesia
    música
    amor
    felicidade
    saudade
    saúde
    sonho
    praia
    areia
    sol
    lua
    brisa
    anoitecer
    alvorecer
    descanso

    • 28/11/12 at 23:51

      Maravilha, André. ‘Brisa’ e ‘alvorecer’ são belas. E ‘ventania’? Adoro.
      Beijocas! 

  3. Cláudia Mello
    28/11/12 at 15:35

    Caro Gama, gostei da proposta e segue a minha lista
     
    Liberdade
     
    Amor
     
    Constantinopla
     
    Arco-Íris
     
    Pôr-do-Sol
     
    Desejo
     
    Criação
     
    Mar
     
    Chuva
     
    Características
     
    Acreditar
     
    E muitas outras

    • Antonio Carlos A. Gama
      28/11/12 at 17:42

      Cláudia, agora que aprendeu o caminho, venha sempre nos visitar.

    • 28/11/12 at 23:56

      Olá, Claúdia! Obrigada pelos ótimos acréscimos.
      Como disse o Gama, volte sempre.
      Beijocas! 

  4. Brenno
    28/11/12 at 16:07

    As palavras inúteis
    iam sendo escritas
    na muralha de pedra:
    um muro alto, espesso, extenso…
    como a Muralha da China,
    como o de Berlim.
    As palavras de pedra
    se incrustavam
    entre outras pedras e concreto.
    As palavras de plástico
    se sobrepunham às palavras de vidro,
    às palavras de nuvem,
    às palavras de vento,
    às palavras de estrela…
    Milhões de palavras
    se aglomeravam
    no intransponível muro.
    Palavras de fogo,
    palavras de gelo,
    palavras de terra…
    milhões de palavras
    pintavam o muro.
    O muro impassível,
    o muro passivo,
    o muro infiltrado
    por tantas palavras
    ganhou rachaduras,
    abalos sensíveis
    em sua estrutura.
    O muro rachado,
    o muro alquebrado…
    Palavras pesadas,
    palavras demais…
        
    O muro ruiu.

    • Antonio Carlos A. Gama
      28/11/12 at 20:18

      Para com isso, Brenno.
       

      Você posta esses poemaços como comentário em vez de me encaminhar para que eu publique na página principal.
       
      Vou fazer isso, mesmo assim.

       

    • 29/11/12 at 0:00

      Antonio, publique-se esta provocação imediatamente. 
      Brenno Augusto, como assim?
      Beijocas! 

  5. Antonio Bandeira Correa
    28/11/12 at 19:17

    Fui tão inconveniente assim que precisei ser “domado”?

    • Antonio Carlos A. Gama
      28/11/12 at 19:34

      Meu bom amigo Tom, você nunca dá bandeira, mas comentou no post errado, lá em cima,na música do Chico.
      O comentário está lá.
       
      Vou trazer ele para cá.
       
      Abraçaço.

  6. Antonio Carlos A. Gama
    28/11/12 at 19:41

    Comentário do ABC, que ele deixou no post acima:
     

     “Palavrinha que mais gosto na língua portuguesa é proibidíssima, mas traduz tudo o que significa.
     

    Mas Selminha pediu as não proibidas, aí vão: enciclopédia, cadastro, emolumentos, exacerbado, traquinas, moleque, salafrário, barbárie, e por aí vão.”

     

    • 29/11/12 at 0:03

      Antonio Bandeira, sabe que leio ‘traquinas’ de forma irrequieta? Sugestiva que só…
      Beijocas, querido! 

  7. Antonio Bandeira Correa
    29/11/12 at 13:06

    Mil desculpas, amigo Tom Gama. Não  se repetirá, garanto.

    • 29/11/12 at 18:54

      Tom Bandeira, você é de casa, pode até fazer xixi com a porta aberta…
       
      E sem pedir desculpas. 

      • Antonio Bandeira Correa
        30/11/12 at 13:13

        Tom Gama, hahahaha, “fazer xixi com a porta aberta” é demais… mas eu jamais faria tal proeza na casa do amigo, ainda que com incontinência, hahahaha.
          
        Obrigado mais uma vez, e desculpas novamente.

  8. 29/11/12 at 13:16

    Brincadeira boa!

    Amo: realce (cheia de vogais como o Brasil e com difícil tradução!)

    beijos a todos!
     

    • 29/11/12 at 14:03

      E quanto mais purpurina melhor.
      Bell, gosto tanto de ‘menina’… Sonora, delicada. Me nina.
      Beijocas! 

Deixe um comentário

Yay! You have decided to leave a comment. That is fantastic! Please keep in mind that comments are moderated. Thanks for dropping by!