Posts from novembro, 2012

Fazendo a chamada

 

 A professora “Tia Selma” 

selma_couri_barcellos

 

 

 

 

 

 

 

Amandas, Carolinas, Clarisses, Fernandos, Marianas, Pedros, Rodrigos… onde estão vocês, alunos dos meus quase 27 anos de sala de aula?

De que cais se lançaram e a que porto as velas os levaram? Ou, se navegar ainda é preciso, estaria o vento a favor? Ah, é tempo de calmaria? Desesperar jamais. De repente, bafeja uma brisa boa na vida…

Se valeu a torcida, vocês se tornaram gente habitada, como dizem os franceses. Gente interessante, daquela que se permite assombrar por dúvidas, defeitos, inseguranças, manias, porque são parte da nossa precária condição humana. E também porque nada é mais entediante do que os pretensamente perfeitos, completamente realizados, absolutamente felizes.

Se contou o desejo da professora, são pessoas capazes de surpreender nos mínimos e máximos detalhes, vistas de perto e de longe. Gente com brilho nos olhos, gente que sabe rir de si mesma, que poupa e recicla , faz ioga ou malha pesado, ama hip hop, jazz ou um bom samba. Gente que faz poesia e sabe cultivar os do lado esquerdo do peito. Gente que já levou  baita fora, tomou tombo, mas levantou e volveu a bailar.

Formaram-se profissionais competentes, conscientes e jamais condescendentes com o que não faz parte de seus mais caros e sólidos valores.

São pais carinhosos e atentos, daqueles que não deixam os filhos perderem o foco no sonho e na fantasia , embora a vida real faça questão de provar, a cada dia, que monstros existem.

Tornaram-se cidadãos que não se omitem e vão à luta pelos seus, pelos nossos inalienáveis direitos.

Enfim, estou fazendo a chamada, turma! Gostaria de ouvir “Presente!” e não quero marcar falta.

Comuniquem-se, retornem de alguma forma. Coloquem o material na carteira de novo. Certamente, a essa altura do nosso campeonato jogado, bem mais  rica será a troca.

Daqui do Blog, desejo ouvi-los em suas expectativas , saber de seus sucessos ( e também decepções!) e, mais uma vez, como naquele ano em que tive o privilégio de ser sua professora, aprender com vocês.

Deem-me o ar de suas graças. E que graças!

Tia Selma

 

 

Vejam abaixo os alunos respondendo à chamada e a “tia” lembrando-se de cada um deles!

 

 

  1. Fez-me sorrir este teu chamamento para um reencontro cheio de esperança, de lições de vida e de torcida por cada um de seus ex-alunos. Belíssimo.

     
  2. Obrigada pelas suas visitas lá no meu azul. Gosto particularmente da sua última postagem, pois que, também sou professora. è sempre gratificante saber que os nossos alunos são gente de sucesso ( espera-se!)
    Um bj.

     
  3. Presente, tia Selma!

    Fui seu aluno em 1990, 1ª série do Instituto Abel. É com carinho que guardo recordações da minha primeira “tia”, e com satisfação que deixo meu recadinho aqui no seu blog.

    Um beijo!
    Leonardo Noguchi

     
  4. Tia Selma, que lindo texto!!!
    Fiquei emocionada!
    Olha, mandei recado para todos que tenho no orkut e que foram da minha turma na primeira série. Passei o link do blog para todos e disse que você ficará muito feliz com a visita de cada um. Espero que todos venham aqui fazer uma visita! :)
    Muitos beijos!!!

     
  5. Ah, com certeza todos lembram dos corações e “xis” nas bochechas antes do recreio e das aulas de Sexta em que você desenhava no quadro enquanto deixava uma música tocando e nós desenhávamos nossos próprios desenhos ou copiávamos o seu!!! Que época boa!!!! Você é inesquecível, tia Selma! :)

     
  6. Minha querida tia Selma!!
    Eu to presente!!! :P
    Lindo o seu texto. Criei um topico na comunidade dos ex-alunos do Abel e divulguei seu blog….
    Espero que tenha muitas visitas!!!
    Obrigada por ser quem é!!!
    bjs

     
  7. Tia Selma, não fui seu aluno de classe, mas fui e continuo sendo seu aluno de vida, já que grande parte da minha, foi usufruida perto de você e da sua família. Grande beijo com muitas saudades.
    Marcio (Brioquimmmm).

     
  8. Olá Tia Selma, como vai? Não sei se você irá se lembrar de mim, mas tenha certeza de que nunca me esquecerei de você. Assim como o Léo e a Carol que também lhe escreveram aqui no blog, fui seu aluno da 1ª série no ano de 1990 no Abel. Nós três aprontamos muito naquele ano, mas também aprendemos demais, sempre aos cuidados, ensinamentos e carinho que a senhora nos proporcionou. Lembro-me perfeiamente do nosso primeiro dia de aula. Nervosismo, tensão e apreensão tomavam conta de nossos corações, até proque era nosso primeiro dia de aula em um colégio, e ainda mais aquele “mundo” que é o ABEL. Sentimentos que duraram pouco, mais precisamente até o primeiro minuto de aula, instante em que a senhora entrou em sala, com aquele belo e constante sorriso no rosto nos desejando um bom dia e um maravilhoso ano letivo. Lembro-me de inúmeros acontecimentos daquele inesquecível ano, inclusive trazendo traços até hoje, vez que sou conhecido por todos amigos e colegas, pelo apelido que me foi atribuído por ti: RAFÃO. Primeira semana de aula, nossa sala tinha 03 “Rafaéis”, e para facilitar a convivência e chamada, foram criados apelidos para os três, e eu como sendo o maior aluno daquele ano, não podeia ser diferente, acabando sendo chamado, não só naquele ano mas até hoje, como Rafão por todos amigos, conhecidos e até mesmo professores da faculdade.
    Tia Selma, infelizmente não pude lhe agradecer à altura do que merece, vez que só nos reencontramos no dia da minha formatura do 3º ano do Abel, mas espero que nossas palavras possam ter lhe ajudado a lembrar de nós, seus alunos da 1ª série de 1990, e principalmente, venho lhe dizer um “muito obrigado” por ter nos educado e ter nos ajudado a sermos os seres humanos que nos tornamos. Muito obrigado e um grande beijo.
    Rafael Lopes (Rafão)

     
  9. Tia Selma, também fui sua aluna da 1ª série no Instituto Abel, no ano de 1990.
    Saudades daquele tempo…
    Beijos,
    Fabiana Tsuchiya

     
  10. Nossa, muito legal esse texto com a chamada em seu blog, espero que todos respondam!!! Eu também já enviei para todos os meus contatos e muitas pessoas te elogiaram muito, sabia?
    Eu nao fui sua aluna em sala de aula mas estou sendo no dia-a-dia pois a cada minuto que passo com você,aprendo mais e não consigo parar de tirar uma casquinha disso por ser sua nora, sabe por quê? Porque não te considero somente minha sogrinha do coração, você é uma mãe pra mim de corpo e alma! Te admiro demais!Sucesso !!!
    Milhões de beijos,
    Fabica.

     
  11. Presente!
    Oi Tia Selma,
    Que saudade daquele tempo!
    Lembro-me como se fosse hoje quando contei aquela piada(do Fantasma) em sala de aula representando a minha fileira, e que por sinal parece ter sido a vencedora.
    Gostaria de rever toda aquela turma, 1ª série C (1980), e poder ter outra aula daquelas para matar a saudade! rsrsrsrs!
    Beijos
    Mario

     
  12. Querida “tia” Selma,
    Sou mãe de um desses alunos que disseram presente, turma de 1990: Carolina Portela, a sua “Portelinha”.
    A sua vida nos marcou e por ela agradecemos, até hoje. Você deixou marcas na vida da nossa filha que nunca serão apagadas. A sua paixão pela profissão fez toda a diferença no ensinar e no modo como se relacionava com os seus alunos. Felizes os que tiveram a sorte de ter a tia Selma como mestre!

     
  13. Rafão,obrigada pelo carinho! Tentei agradecer por e-mail, mas, pelo que vejo,você não o recebeu.
    Saiba que seu comentário emocionou a todos, sobretudo a mim que o guardo com impressionante nitidez na memória: alto, forte, cabelos claros, bochechas gostosas
    (àquela época) para uma mordidinha e excelente aluno!
    Não se perca de mim e continue me honrando com sua visita ao Blog. Amo você, Rafão!!!
    Tia Selma

     
  14. Tia,infelizmente, nao fui sua aluna no Abel. Passei a minha adolescencia ouvindo comentarios de varios amigos q tinham sido seus alunos. Todos, sem excecao, eram apaixonados pela TIA SELMA, falavam que voce era a melhor professora que alguem poderia ter tido e eu confesso que morria de “inveja” pois nao tinha dado essa sorte…
    Nao, eu nao tive a sorte de ter sido sua aluna no Abel, nao mesmo! Eu tive a sorte de ter crescido ao seu lado, de poder conviver os meus 30 anos ao lado dessa tia, professora, amiga e mae maravilhosa que voce ‘e.
    Estarei sempre presente na sua chamada.
    Te amo!
    Um beijo bem grande,
    Tuca

     
  15. Tuquíssima, também teria sido a mais feliz das professoras se tivesse você como aluna!
    E a todos que encontrasse,diria:
    _ Estão vendo aquela doçura ali, linda, linda? Foi minha aluna!

    Beijocas saudosas,
    Tia Selminha

     
  16. Tia Selma! Primeiro de tudo, presente!
    Fiquei até arrepiada quando eu li seu scrap! Saí gritando pela casa “Mããããe, vc lembra da Tia Selma da Quarta-série?? E ela “Claro que lembro, vc amava ela!”. Você é minha professora preferida até hj. Eu amava suas aulas e gostava de caprichar em tudo pq se tivesse 2 anotações ia pro SOD (aaaai que medo), e eu tinha muito medo de te decepcionar. Até hoje vc é a minha professora favorita e quando meus primos menores que iam entrando no Abel me perguntavam quem tinha sido a minha professora favorita dava sempre Tia Selma na cabeça!
    Fui sua aluna em 1997, ganhei a famosa “canetinha de ouro” em 2004 e agora estou me formando no final do ano em Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda na ESPM, trabalho em uma agência de Publicidade na área de Mídia.
    Ah, não posso esquecer… Me chamam de Tibau até hj.
    Amei a Surpresa. Beijo Grande.

     
  17. Tibauzinha, que emoção!!! Cabelos pretos, brilhantes, lindos,pele clarinha!!! Acertei? Você aparece assim nas minhas retinas!
    Obrigada pelas palavras e continue dizendo presente!
    Amo você!
    Tia Selma

     
  18. Querida Tia Selma!

    Professora inesquecível… vi no seu blog que você marcou não só a minha vida, mas também a da maioria dos seus alunos. Também, como esquecer uma professora tão linda, tão legal, tão diferente?
    Tenho guardado até hoje meu caderno de redação, que tínhamos que criar uma capa para ele e cada um tinha uma idéia diferente… lembro das aulas da 6a feira, com musicas da Xuxa, da gente treinando queimado para as Abelíadas, do livro da “Lucia-ja-vou-indo”, do “Faca sem ponta, galinha sem pé”, lembro das festinhas de encerramento de semestre… de tudo…

    Eu estudei no Abel até a 3a serie apenas, depois me mudei ara Juiz de Fora – MG. Em 96 mudei novamente de cidade, desta vez para Curitiba – PR, onde me formei em Direito e em Economia. E agora estou morando em Porto Rico, estou fazendo mestrado em Contabilidade aqui.

    Tenho muitas saudades de vc!

    um grande beijo,

    Carolina Pinto Coelho

     
  19. oi tia Selma!!!
    inesquecível primeira série do abel em 1984!!!!
    ano dos sonhos, onde tudo era novo, maravilhoso e aos meus olhos de 7 anos, enorme.
    tempo bom que não volta mais, mas que na lembrança é eterno e que em 2011 virá de novo em minha vida, com a ida da minha filhota maria fernanda para lá.
    beijos
    saudades
    da sua sempre aluna luciana

     
  20. Oi, tia Selma.

    Fui seu aluno junto com a Carolina, da primeira série, turma J, do Abel, ano de 1988. 20 anos já!

    Eu era o cdf da turma e você foi a primeira professora a me elogiar e me incentivar a estudar.

    Terminei o ABEL ainda como o cdf da turma, sou formado em engenharia eletrônica pela UFRJ e estou servidor público da ANATEL no RJ. Ah, continuo estudando, fazendo mestrado também na UFRJ.

    Infelizmente não guardei os cadernos da primeira série. Talvez tenha sido melhor, as lembranças se tornaram mágicas. A sessão de desenhos, a festa junina, o caderno de capa vermelha, os elogios seus nas provas…

    Meus pais até hoje se lembram de você, por sua beleza e pela maneira excelente como ajudou a educar o filho deles.

    Beijos

    Marcelo

     
  21. Marcelo, você não era lourinho, com umas bochechas gostosas? Inteligentérrimo? Letra linda, caderno modelo? Só faturava nota 10? Lembro demaaaaaaais!
    Obrigada pelo carinho e saiba que hoje você está colhendo (e muito mais ainda irá colher!)por ter sido sempre tão brilhante.
    Estejamos em contato e, se lhe aprouver,visite-me pelo Blog.

    Beijos emocionados,

    Tia Selma

     
  22. Carol e Lulu,uma emoção atrás da outra!!! Meu coração está parecendo a bateria da Mangueira!!!
    Escrevam sempre, visitem-me aqui no Blog!!!
    Beijos saltitantes ( existem?),

    Tia Selma

     
  23. Tia Selma,

    Eu era o lourinho das notas 10 mesmo. :) Inteligentérrimo eu não digo, mas bastante esforçado.

    Obrigado sempre pelo carinho também, e, se hoje estou atingindo meus objetivos, agradeço a meus mestres.

    Estarei sempre por aqui.

    Beijos de toda a família,

    Marcelo

     
  24. Comigo foi amor à primeira vista!!!
    Nunca vou esquecer meu primeiro dia de aula na turma j e o carinho com que fui recebido!!!

    Hj trabalho com arte contemporânea, sou fotógrafo, roteirista, e estou terminando a faculdade de cinema.

    Ainda tenho meu caderno de redação, e sinto saudade!!!

    Beijão, Tia Selma

     
  25. Renatão, você dizendo “presente”!!!
    Demais para uma ex-professora, dublê de blogueira.
    Como não lembrar de você, capetinha da silva, mas adorável?
    Todo sucesso do mundo na profissão,com direito a bonequinho aplaudindo de pé!
    E fique comigo aqui no Blog!!!

    Beijos,
    Tia Selma

     
  26. Tia Selma, que bom te encontrar aqui no mundo virtual! Fui da mesma sala da Carol e do Marcelo, 1º serie de 88, Juliana Aquino. Não sei se lembra de mim, mas ainda bem que tive o prazer de ter sido sua aluna! O que mais me recordo daquela época foi a festa junina, que você me escolheu para ser a noivinha…Outra coisa que me recordo é que, depois de você, poucas aulas conseguiram ser tão interessantes. Era impressionante o prazer que você sentia em estar ali conosco (e nós também). O que posso dizer de mim? Me formei em Psicologia, tenho 1 filhinho de 1 ano, trabalho na área de Recursos Humanos. Continuo alegre e sapeca. Beijo grande, com carinho, Juju

     
  27. Ô, Juju, como esquecer minha Aquino?
    De noivinha, véu curto e bem cheinho,linda, linda! Tenho a foto bem guardada, com dedicatória e tudo.
    Com 1 filhinho? Sou professora-avó!
    Adorei você ter respondido à chamada.
    Sucesso! Apareça no Blog!

    Beijos e beijos,

    Tia Selma

     
  28. Oi Tia!

    Sou eu novamente!
    Como você está?
    E Duda e Pedro, como estão?
    Mais 2 anos e completarão 30 que fui seu aluno na 1ªC,como passa rápido! Até hoje tenho todos os aqueles cadernos que guardo de recordação.
    Hoje já sou um Engenheiro formado pela UFF e agora estou terminando uma pós de Engenharia de Segurança do Trabalho, já estou escrevendo minha Monografia.
    Gostaria rever toda aquela turma!
    Algumas pessoas encontrei no Orkut, outro dia encontrei Maria de Fátima já com uma filha, e recentemente com Carla Maria também com filha. Se entrar lá vai rever muitos alunos.
    Beijos
    Marinho ( o fantasma …. ) rsrsrsrs!

     
  29. Marinho, o fantasma, adorei saber de seus caminhos! No primeiro comentário você não me contou, embora tenha lembrado imediatamente de você. Engenheiro!
    Duda e Pedro vão ótimos, grata pelo carinho.
    Comunique-se comigo sempre que desejar. Na próxima semana vou postar novidade.

    Beijos no meu Fantasma C…!

    Tia Selma

     
  30. oi tia sema, sou eu de novo
    depois de já ter escrito, me lembrei que fui a noiva da 1 série, junto com a mariana pinto e nós entramos dentro de um carrinho de supermercado empurrado, se não me engano, pelo carlos!!!
    lembra?????
    beijos

     
  31. Geeeeeente, como esquecer aquela cena? O Ginásio parou!!!
    Jamais se repetiu algo assim! Aliás, Lulu, cada minuto é um milagre que não se repete…
    Mariana Pinto com aquelas pintinhas!

    Beijos e beijos! Escreva sempre!

    Tia Selma

     
  32. Querida Tia Selma, apesar de não ter tido o prazer de ser seu aluno em sala de aula, pude desfrutar da sua atenção durante vários anos da minha infância e adolescência. Muito obrigado por não ter deixado Pedrinho Victor ser meu companheiro de classe durante nosso árduo caminho “lasallista” , rsrsrsrsrsr
    Desculpe por as todas as bagunças que aprontamos!!!!!
    Um beijão
    Beto.

     
  33. Betôncio, meu cartunista e ilustrador preferido! Você mora no meu coração, capetinha ou não ( em criança)!
    Continue comigo aqui no Blog. Você é precioso!
    Tia Selminha

     
  34. Ola Tia Selma,
    Meu nome é Gabriel Aquino, sou irmão da Juliana Aquino, a sua noivinha que ja postou aqui nesse mesmo blog. Fui seu aluno na 4ª série em 1997 creio eu. Me lembro muito das suas aulas, me lembro que você que começou a me chamar de Aquino, meu sobrenome, mas que desde então pegou como nome nos corredores do Abel. Novidades sobre minha vida: estou quase me formando em Engenharia Química na UFF, estagio numa empresa de engenharia, toco teclado e tenho 2 bandas de rock aqui em Niterói.
    Beijo com saudade

     
  35. Oi, Gabriel! Que bom saber sobre você.
    Engenheiro químico e músico! Quando um se cansa, o outro vem para lhe dar a mão, como diz Milton Nascimento. Sucesso e estejamos sempre em contato.

    Ah,um dia me leva para ouvir suas bandas?

    Beijos,

    Tia Selma

     
  36. outubro 29, 08 às 10:57 am
    Margot Rangel diz:

    Linda Tia Selma

    Que momento mágico esse!
    Gostaria muito de ter o dom de juntar palavras para poder demonstrar
    meus agradecimentos diante da sua manifestação de amor por todos
    os alunos que fizeram parte da sua vida acadêmica.
    São esses pequenos gestos, mais grandiosos na essência, que nos trazem
    a deliciosa sensação do inesperado, da surpresa, do mistérios e da
    complexidade dessa
    coisa fantástica, que chamamos de vida!
    Somente as pessoas como você – sensível – tem essa capacidade única de
    sentir
    e transmitir sentimentos de forma genuína e sincera.
    É bom recordar….. 20 anos passaram….
    momentos vividos com tanto respeito, mesmo aqueles em que houve um pouco de
    tensão
    ou de angústia, nós o vivenciamos com otimismo e sempre com a certeza de
    superá-los pq tinhamos o constante espírito da cooperação.
    Sou Margot, mãe do Alexandre Rangel, a quem você carinhosamente apelidou
    de “Xandebinha”…. gostaria que você soubesse que ele é um filho incrível
    e muito me orgulho!
    O seu “bom dia” e a”até amanhã” ficam, carinhosamente envoltos em um
    lindo laço de fitas, retidos em minha memória.
    Obrigada por tudo, principalmente pela cordialidade, gentileza, e sobretudo
    por
    ter compartilhado tantas vezes mesmo que silenciosamente das emoções
    dos nossos filhos.
    Que os anjos lhe ajudem a celebrar a vida, com muita fé, paz e amor!
    nosso maior carinho
    Margot, Alexandre e Marianne (que tb estudou no Abel)

     
  37. Professora Selma…que prazer vê-la num blog tão interessante…está de parabéns!!

    Sou mãe do Ricardinho…que foi seu aluno em 2002 no Abel…

    Você é inesquecível…espero que esteja bem e continue com o blog para nos brindar com seus textos…

    beijos…

     
  38. O prazer é meu, Xênia, em recebê-la aqui no Blog. Continuemos juntas! Dê um beijão no meu Ricardinho!
    Tem sido tão prazeroso saber de meus ex-alunos!

    Beijocas,
    Tia Selma

     
  39. Tia Selma,

    que prazer reencontrá-la, fui seu aluno em 1984 na 1ª série turma C, lembro de todo o carinho e amor que vc nos dedicava e que marcou a minha vida. Que Deus te abençoe abundantemente por estas marcas positivas deixadas em minha vida.

    Beijos,
    Gustavo Anjos

     
  40. Olá, Gustavo, também fico feliz em receber sua visita aqui no blog. Continuemos juntos e conte-me sobre seus sucessos. Combinado?

    Beijos,

    Tia Selma

     
  41. Tia Selma voltei,

    só para dizer que em 1999 eu me formei em Direito e desde então exerço a profissão.

    Beijos,
    Gustavo Anjos

     
  42. Oi tia Selma ! Que saudades do tempo em que eu estudava no Instituto Abel ! Como estão o Duda e o Pedro ? Tenho boas recordações das saídas do colégio e dos bons finais de semana em Itacoatiara.

    Se tiver dúvidas de quem eu sou é só falar com o Duda; ele me chamava de nandos baby, acho que era por causa do meu tamanho, pois sempre fui o menor da turma.

    Fiz direito, depois concurso público e trabalho como Procurador do Município.

    Obs: PRESENTE

    Bjos

    FERNANDO SPINELLI

     
  43. Nandos Baby!!! Como não lembrar de você, da Zezé, de sua irmã gatíssima (encontrei com ela pouco antes de vir para Portugal, no Rincão).
    Pois bem: Pedro está casado, morando em Portugal, e nosso Duda já é cidadão americano e está no Brasil realizando vários trabalhos. Apareça lá em Itaquá, de surpresa. Duda vai ficar emocionado!

    Beijocas da tia saudosa.

    Apareça sempre no blog!

     
  44. Presente!!!

    Fui sua aluna há um pouco mais de tempo do que esta turminha aqui…. 1a série C do Abel 1980!!!! Mesmo ano do Luiz Eduardo… Tive o prazer de te rever ao matricular minha filha na alfa em 2007 e guardo gratas e carinhosas lembranças da minha primeira professora!! Pois bem, fiz Engenharia e tenho 2 filhos lindos, aos quais procuro dar o melhor que tenho em mim. Beijos em seu coração

     
  45. Uebaaaa! Mais uma querida a me trazer notícias! Ótimas lembranças, minha primeira turma…

    Beijoca, Carlinha! Apareça sempre para a chamada!

     
  46. Tia Selma, estou aqui de volta!!
    PRecisava te contar a super novidade: vou ser mamãe de um principe!! Pena que o Caio não terá uma professora de 1ª série como eu tive!! Vc faz mta falta nas salas de aula!!
    Saudades!!!
    bjs
    Cla

     
  47. Que alegria, minha Cla!!! Um aluno neto!!! O Super Caio!!!
    Que Deus o cubra de bênçãos! Avise-me quando nascer!

    Beijos da tia que não a esquece!

    Selminha

     
  48. ENVIADO POR MATHEUS SALLES, EM 14/2/2011, PARA O POST “VALE PSEUDÔNIMO?”:

    Professora Selma,

    Acredito que a senhora nem no mais profundo exercício de memória lembraria de mim, mas ao ver sua foto chegou a cair dos meus olhos uma lágrima.
    Resumindo, a melhor professora que tive na vida, a mais paciente, a mais presente, engraçada, um exemplo de professora, se a professora dos meus filhos forem metade do que a senhora foi, eu ja vou me sentir honrado.
    Estudei no Abel, e a senhora foi minha professora na terceira série, turma J, agora pode não lembrar mas eu era muito apegado a você, e como eu era muito levado, me sentia perto de uma mãe nas suas aulas, pois por mais que eu fosse travesso, era um bom aluno, e era isso que você enxergava em mim, o bom aluno que eu era independente das minhas ações.
    Sempre quando converso com amigos sobre professores, e vem aquele comentário quem foi o melhor professor de vocês? Eu encho a boca pra falar, que Tia Selma foi a melhor professora que alguém poderia ter.
    Muito bom poder me comunicar com você, independente se a senhora lembra de mim ou não.
    Ficará para sempre em meu coração, muito legal seu site, digno da pessoa vitoriosa que você é.
    um beijo
    seu ex aluno

     
  49. Oi Tia Selma!!! Seu aluno neto nascu!!! Está com 50 dias e é lindo!!! Descobri que sou muito babona!!! rsrsrsrs
    Quando estiver por aqui gostaria mto de te ver!!!
    bjs grandes
    Cla

     

 

  1. UEBAAAAA!!! Que alegria, Cla! Ele respondeu à chamada: _ Presente!

    Estou aqui, sim. Devo voar em maio, talvez.

    Beijocas, Mom!!!

     
  2. Tia Selminha linda, morrendo de saudades como sempre!!! Ao contrário de muitos aqui fui sua aluna em 2006 e pode parecer que não faz muito tempo, mas pra mim faz, e muuuuito!!! Estou na 8a série do Abel e ainda não encontrei professora melhor que você!!! TE AMO MUITO HOJE E SEMPRE, E NUNCA TE ESQUECEREI!!! Obs: Mario Araujo, acho que você deve estar falando da Maria de Fátima que conheço melhor como Fátima minha vizinha! Agente bate autos papos falando da época dela no Abel com Tia Selminha e a minha! Ha, Tia Selminha, falando de Fátima, ela está grávida, já tem uma menina e ainda não sabemos o sexo do segundo bebê! Ela está muito feliz e com quase 3 meses com uma bariguinha! Quando descobrir o sexo do bebê te aviso!!! BJS, BJS, BJS!

     

     

Meu tempo é hoje

 

 

No esplêndido documentário “Meu tempo é hoje” (a que tornei a assistir ontem) Paulinho da Viola fala bastante sobre o tempo, mas diz não ter saudade, nem viver no passado: “Meu tempo é hoje. Eu não vivo no passado, o passado vive em mim”

E se o passado, tudo aquilo que nos toca e sensibiliza, as coisas boas, que passamos ou de que apenas sabemos, levamos conosco, vivem com a gente, então é presente.

Paulinho, na sua majestosa singeleza, completa setenta anos, e o presente é nosso de ser presente com ele.

 

 

[youtube]https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=z4Iq01eom-I[/youtube]

 

 

 P.S. O outro Paulinho, amigo amigo, do poema abaixo, também é assim. Leva consigo o passado e dele faz presente a ele e a nós.

 

 

Amigo amigo

 

 

Enquanto não convenço Paulinho a se tornar colaborador permanente do “Estrela Binária”, subtraio-lhe os versos amigos, de aperitivo para os amigos.

 

 

 

 

Amigo amigo

 

Paulinho Lima

 

                                           Olá, amigo! Estou a fim de papo.

                                           O bar amigo enfeita a alma de quem espera.

                                           A música instiga a inspiração de ontem.

                                           A bebida cheira desejo de deuses.

 

                                           A cidade, amigo, grita, clama, verseja.

                                           E eu, mortal amigo

                                           Ouço o silêncio dos mudos e dos surdos

 

                                           Tenho vontade de falar.

                                           Escolho você amigo.

                                           A sede não me impede de dar os goles que não dei

                                           E o melhor, amigo, vou continuar com sede.

 

                                           Cruzo o olhar amigo.

                                           Vejo mesas vazias com cadeiras cheias,

                                           Copos melancólicos sintonizando garrafas alegres.

                                           O alarido amigo enforca o meu olhar.

 

                                           Palpito sílabas, todas sem o adereço das palavras.

 

                                           O tempo, acelerado amigo, contrasta com a lerdeza das horas.

                                           Meu pensamento amigo acompanha a fumaça dos cigarros apagados.

 

                                           Amigo! De pouco falar e nada ouvir a palavra não sai.

 

                                           Amigo amigo! Será que vou viver só com as minhas sílabas? 

 

 

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=1aQcd8ZSqfc[/youtube]

 

 

 

Ladra com brinco de pérola

 

 

 

 

Naquela semana o já veterano promotor de justiça era o encarregado de atender o público (não existia ainda a Defensoria Pública, e os promotores cobriam grande parte da demanda), que abarrotava a salinha de espera e transbordava pelo corredor afora.

Ouvia (sobretudo queriam ser ouvidos), esclarecia, aconselhava, orientava, conciliava, expedia intimações, pedia aos cartórios os autos do processo para explicar o que estava acontecendo, e por aí ia…

Passava das 19 horas quando último cliente do dia entrou.

― Boa tarde.

― Boa tarde. Sente-se, por favor.

Acomodou-se numa das poltronas, bem na pontinha, as pernas juntas, as mãos entrelaçadas sobre o colo.

― Pois não. No que posso ajudar o senhor?

― Doutor, o seguinte é esse. Namorei com a Lucinda. Ela diz que não quer nada comigo, mas ficou com o meu tesão. Quero que ela devolva o meu tesão, doutor! 

Contendo o riso, pediu para que repetisse a história. Repetiu igualzinho.

Fazer o quê?

A tarde caía. Estava exausto. Resolveu se divertir um pouco com aquilo.

― Um instantinho só, que vou chamar um especialista para o seu caso.

Foi até o gabinete do outro promotor veterano, amigo desde o concurso de ingresso na carreira, que sempre fora um grande gozador e vivia aprontando com os outros promotores, juízes, advogados, funcionários. Ele já estava de saída, mas o levou para ouvir o relato.

― Por favor, o senhor pode explicar de novo o seu problema aqui para o meu colega?

Contou tudinho do mesmo jeito.

― Mas isso é muito grave ― disse logo o especialista. Apropriação indébita de tesão! Vamos mandar uma intimação para a moça. O senhor volta no dia marcado para resolvermos tudo.

Depois que o cliente saiu, o expert pontificou:

― Essa Lucinda deve ser alguma piranha. Precisamos ver como ela é. Coitado do rapaz…

No dia e hora aprazados, Lucinda, linda e na flor dos seus 16 anos, recatada tal a moça com brinco de pérola, compareceu acompanhada dos pais cheios de zelo.

Ficaram apenas com os três no gabinete. Arrependidos e envergonhados como dois moleques apanhados com a boca na botija, buscaram uma saída desesperada para o imbróglio.

― Vocês conhecem o rapaz que está ali na sala de espera? Ele foi namorado da menina?

O pai tomou a palavra:

― Conhecemos sim, doutor. É o Armandinho, mora na nossa quadra, filho do Seu Armando da farmácia. Ele é meio gardenal. Vive amolando a Lucinda, mas eles nunca namoraram nem nada.

― Deus me livre!, reforçou Lucinda.

― Pois é. Ele esteve aqui contando uma história estranha e falando da Lucinda. Percebemos que deve ter algum problema e ficamos preocupados com o que possa fazer. Por isso chamamos vocês aqui, para alertar. Tenham cuidado. Se ele continuar a incomodar ou fizer alguma ameaça, voltem aqui ou chamem a Polícia.

― Ele não faz nada não, doutor. É um pobre diabo. Mas vamos ficar de olho. Muito obrigado, responde o pai.

Dispensaram a família penhorada e só depois de uns 20 minutos mandaram entrar o Armandinho.

― Tudo resolvido, Seu Armando. Falamos com a Lucinda, o pai e a mãe dela. Eles já foram embora e deixaram o seu tesão na sua casa. Quando o senhor voltar, vai encontrar ele lá. Mas preste atenção: não se aproxime nunca mais da Lucinda, porque se o seu tesão ficar com ela de novo vai dar usucapião,  ela pode ficar com ele para sempre e não poderemos fazer mais nada… Entendeu bem?

― Entendi, doutor. Pode deixar. Muito obrigado, doutor.

Graças aos céus, nenhum dos interessados jamais voltou para reclamar de algo.

 

 

A voz rouca da crooner

 

 

 

 

 

 

Não sei se chega a ser um fetiche, ou se trata de simples maluquice.

Me apaixono fulminante e perdidamente por todas as mulheres que vejo cantando com razoável talento e algum charme.

Quero me declarar a elas, largar tudo por elas, sumir dali com elas…

Se estiver meio mamado e for num fim de noite, aí então é preciso ter cuidado…

São demais os perigos dessa vida!

Menos mal que passa logo, assim como começou.

E posso continuar a ouvi-las, estrelas, sem receio de perdê-las.

Mas, a uma crooner de voz rouca resistir quem há de?

 

 

[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=QYEmt7N3DNc&feature=my_liked_videos&list=LL4NABM5uSuIBCGiiPxgvugA[/youtube]

 Áurea Martins, “A voz rouca da crooner”, de Ivor Lancelotti e Márcio Proença

 

 

Miopia

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

 

  

“Ele queria ver mais as coisas, todas, que o olhar não dava”.

Guimarães Rosa –  Manuelzão e Miguilim

 

 

“D-E-G-H”

“Parabéns!” – Disse o oculista à garota.

Ela não comemorou. Sua irmã um pouco mais velha acabara de ganhar óculos. Seu pai usava óculos. Sua mãe não usava por teimosia, mas era míope. Depois da consulta, ela passou a ser a única que enxergava diferente.

Inconformada, pediu aos pais um par de óculos. Eles sempre respondiam caçoando da garota:

“Para você, só óculos escuros!”

Ela não se conformava e todo ano, quando a irmã voltava ao médico, aproveitava a consulta e pedia para que sua visão fosse medida novamente. Enquanto o grau de sua irmã aumentava, a visão dela continuava perfeita. Acertava sempre todas as letras. Algumas vezes pensou em errar de propósito, mas nunca teve coragem pois tinha medo de acharem que ela não havia sido alfabetizada corretamente e a obrigarem a frequentar aulas particulares.

Além dos óculos, ela queria colocar gesso e aparelho.

O gesso conseguiu. Rompeu o ligamento do tornozelo sete vezes. Não de propósito, já que depois da primeira torção viu que aquilo doía pra diabo. Como uma praga, a cada passo em falso, seu tornozelo voltava a parecer uma bola de tênis. Piorou quando passou a usar salto alto. Sentiu-se uma idiota por não conseguir andar tão bem quanto as amigas. Mas a falta de elegância tinha a explicação que tanto a orgulhava.

O aparelho nos dentes ela também nunca conseguiu. Algumas vezes colocava um clipe de papel esticado na boca e contava para todos na escola que havia colocado aparelho. Na época, os meninos ficavam encantados. Diziam que meninas de aparelho beijavam diferente. Seu primeiro namorado usou aparelho, e quando ela o viu comendo coxinha desistiu de consertar seus dentes quase perfeitos.

Um dia, a garota que agora já era mulher, pegou uma forte conjuntivite. Sua vista ficou embaçada por mais de um mês. No começo, ela achou graça e não foi ao médico. Depois, entrou em desespero. Tudo o que ela costumava ver com nitidez estava embaçado e sem definição.

Decidiu voltar no oculista que cuidava de seus olhos perfeitos há mais de vinte anos. Mal conseguia ver o semblante envelhecido do médico. Ele quase não a reconheceu.

Fim do tratamento. Voltou ao retorno da consulta, pois sua vista continuava embaçada. Ainda desesperada, perguntou ao oculista:

“Não vou sarar nunca?”

Neste momento, ele lhe deu o presente que ela sempre esperou:

“0,75 de miopia”

Ela sorriu e mesmo com as pupilas dilatadas foi à ótica mais próxima, comprou os óculos do seu sonho.

Agora ela enxergava como todos os membros da família.

 

Bell Gama – agosto 2008

 

De mim para você

 

 A “garota Selminha”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(by Wayne Miller)

 

 

Guardo comigo as lembranças do que eu era-a-a-a… Favor, antes de ouvir a música, entrar no clima dos bailes da vida:

Vestido de cetim, decote-canoa de um ombro ao outro, justinho até a cintura marcada por uma faixa de cor diferente com laço e camélia. A saia meio armada respondia pelos efeitos especiais. Escarpins de brilho perolado. Cabelos? Abafa o caso.

Os rapazes (de smoking, se o baile era de formatura, viravam praticamente um Clooney) chegavam pertinho e sussurravam: _ Dança comigo?

Chato só quando eles vinham em nossa direção e tiravam a amiga ao lado. Tóin! Sem falar no “chá de cadeira” quando os astros não eram por nós. Bad days.

A orquestra de metais tocava uma série de sucessos durante 15, 20 minutos, tempo suficiente para rolarem desde antologias como “Selma, que você almeje tudo que deseje!”, até o mantra repetido pelo figuraça que passava o tempo da dança perguntando o que a gente achava disso ou daquilo. E, invariavelmente concordando, mandava com entonação de época: _ Somam dois!

Claro que seu apelido na roda ficou “Somam dois” e claro que morro de saudades dele. Não sei por onde anda, se “cresceu-vos” e multiplicou, se está somando em Brasília…

De qualquer forma, é dele a música “rosa pink” de hoje. Aquela que deixava a pista lotada e a galera ali, somando emoções. Muitas emoções.

 

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=9r2pEdc1_lI[/youtube]

 

                                                      _ Gosta dessa música?

                                                       _ Somam dois!

 

 

De pai para filho (a)

 

 

Para Bell

 

Aos cinco ou seis anos, o menino passou uma temporada de férias na casa dos avós paternos, na Franca do Imperador.

A cidade ainda era calma, mas ele apenas tinha permissão para ir sozinho até a esquina, a uns vinte metros, sempre pela calçada e jamais, jamais atravessar a rua.

No ponto final da sua grande aventura, bem na esquina, ficava o bar do Seu Tomás, que vendia sorvetes, pastéis, balas, pirulitos, e onde se comprava a garrafinha de guaraná permitida no almoço de domingo.

Era lá no Seu Tomás que o menino sempre ouvia um vozeirão entoando uma música diferente, que bulia com ele, às vezes o deixava alegre e saltitante, outras vezes, com uma tristeza entranha.

Um dia quis saber:

― Seu Tomás, quem tá cantando?

― Oxente, é o Rei do Baião, Luiz Gonzaga, o maior cantor do Brasil!

E Seu Tomás foi buscar a capa do disco para lhe mostrar, com aquele sujeito vestido de vaqueiro, um sorrisão na cara, empunhando uma sanfona branca. Vaqueiros para ele eram os caubóis de que tanto gostava, mas Seu Tomás lhe explicou que aquela era a roupa dos vaqueiros do sertão do Brasil, coisa bonita de se ver.

Nunca mais se esqueceu daquela figura e daquelas canções. Luiz Gonzaga foi seu primeiro ídolo musical.

Tempos depois, o menino já era um moço, começava a faculdade, queria derrubar a ditadura, odiava os milicos, escrevia uns poeminhas envergonhados, compunha algumas canções com os amigos, tocavam, cantavam, participavam de festivais, queriam mudar o mundo.

Um novo Gonzaga surgiu na vida dele então, e suas canções de protesto, depois as românticas e os sambas o botavam comovido como o diabo. Explode coração!

Era um rapaz magrinho, barbudo, de cara fechada, sempre com um cigarro na mão ou na boca. Ficou conhecido como Gonzaguinha, filho do outro, o Gonzagão, que andava sumido.

Soube então que pai e filho tinham uma relação complicada, distante, com mágoas recíprocas do passado. Até que um dia os dois passaram a se apresentar juntos e a percorrer todo o Brasil, reconciliados, fazendo um sucesso estrondoso.

Gonzagão deve ter partido feliz. Cerca de dois anos após, Gonzaguinha também se foi, num acidente de automóvel.

De repente, tudo aquilo  ― e muito mais ― estava ali, vivificado na tela do cinema em São Paulo, numa tarde de sábado.

O menino, o moço, o pai e avô ao lado da filha do meio, ambos emudecidos e engasgados com o que assistiam.

Quando o filme acabou e as luzes se acenderam, ela não se importou de exibir os olhos vermelhos e ainda lacrimejantes.

Ele colocou os olhos escuros para disfarçar (que bobagem…).

Saíram juntos de mãos dadas para a noite que caía e para a vida que os esperava.

Era bom saber que nunca estiveram distantes, mas estavam cada dia mais próximos.

 

 

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=63Na62E0LZk[/youtube]